segunda-feira, 12 de março de 2012

Projeto "Momentos Sonoros"

“A música permite o extravasar de vários conflitos e
emoções que nos acometem, num espaço apropriado e
permissivo, com apoio do terapeuta."
                                                          (Ruud, 1994 p 42 e 43)

Este é um projeto produzido por
Josy Guimarães aplicado com
sucesso em um grupo de mulheres
com câncer de mama por 4 anos.

Síntese do trabalho

  A proposta aqui apresentada tem o objetivo de incluir a Musicoterapia como disciplina coadjuvante aos atendimentos prestados pelo conjunto de profissionais das várias áreas da saúde no acompanhamento das pacientes. Espera-se que a interação entre os profissionais possa produzir um rico resultado onde o objetivo seja a dinâmica do conjunto. Durante o desenvolvimento das atividades, será analisada a interdependência das diferentes abordagens necessárias a um tratamento abrangente e diferenciado, com resultados esperados extremamente animadores.
  Esta proposta tem como ferramenta básica a música e seus elementos. No geral, os grupos apresentam dificuldade de se expressar cantando ou através de outras interações com a música, numa reação natural provocada pela maior exposição contraposta à timidez natural ante novos ambientes ou situações. No entanto, com o passar do tempo, os participantes tendem a se sentir cada vez mais à vontade à medida que percebem que o trabalho será feito de forma lúdica e agradável. A interação do grupo com a equipe multidisciplinar incluindo a musicoterapeuta poderá ser bastante significativa e muito gratificante, pois, como já constatado em outras experiências, esse tipo de atividade proporciona a expressão espontânea do grupo. Por isso, esse trabalho tem como objetivos: melhorar a auto-estima dos participantes, explorar suas potencialidades musicais e proporcionar bem estar durante e depois das atividades.

Justificativa

  A voz é o meio mais natural, artístico e espontâneo de se fazer música. Com o corpo e pela voz expressamos nossos sentimentos e nossas emoções. Trabalhar a utilização da emissão vocal como recurso musicoterápico em atendimento aos pacientes pode proporcionar relaxamento, melhoria na auto-crítica e o desenvolvimento saudável das potencialidades musicais das pessoas. Postas em prática de forma lúdica, as técnicas musicoterápicas podem proporcionar melhorias significativas em suas qualidades de vida. Pesquisadores de importantes instituições de ensino, como Universidade de Frankfurt e Universidade de São Paulo (USP), têm realizado trabalhos em relação as propriedades do canto, concluindo que, além de melhorar o estado de ânimo dos praticantes, cantar ainda fortalece o sistema imunológico.

Introdução

  Definição
  Para Bruscia (2000), Musicoterapia “é um processo orientado no qual o terapeuta ajuda o cliente a melhorar, manter ou restaurar um estado de bem-estar, utilizando experiências musicais e as relações que se desenvolvem através destas como forças dinâmicas de mudanças”.
  Nesta definição, a Musicoterapia, como técnica, se utiliza da música como recurso para intermediar a relação terapêutica, favorecendo o desenvolvimento das relações interpessoais.
  Segundo Milleco, Musicoterapia pode ser definida como terapia auto- expressiva, que estimula o potencial criativo e a ampliação da capacidade comunicativa, mobilizando aspectos biológicos, psicológicos e culturais. (Millecco, 2001)
  Na Musicoterapia o terapeuta utiliza como agente terapêutico tanto as experiências musicais quanto as relações que se desenvolvem a partir delas.

Objetivos do Projeto

  Geral
  Utilização da emissão vocal como recurso terapêutico para proporcionar relaxamento, melhorias no âmbito da expressão pessoal, facilitar a restauração e a manutenção da saúde física e mental.

  Específicos
• Promover relações intrapessoais;
• Promover a exploração de temas terapêuticos através das letras das canções;
• Propiciarrelaçõesinterpessoais;
• Propiciar relações intermusicais;
• Proporcionar a auto-expressão de conteúdos internos;
• Proporcionar a oportunidade de lidar com o tempo presente;
• Proporcionar a produção de elementos sonoro-musicais e a composição terapêutica.

  Público-alvo
• Pacientes de doenças diversas.

Papel do Musicoterapeuta

  Colocar-se como canal de escuta, criando um espaço de encontros onde os participantes compartilhem um tempo próprio e exclusivo, dialogando entre si e com o grupo através da música. Integrar e intermediar as relações que se apresentam através do diálogo lúdico-musical.

Métodos e Técnicas Musicoterapeuticas

• Composição terapêutica.
• O Musicoterapeuta ajuda o grupo a criar canções, melodias, letras ou qualquer outro tipo de produção musical.
• Experiência receptiva ou Audição Musical.
• O grupo ouve música e responde de maneira silenciosa ou verbal.
• Canto terapêutico.
• O grupo utiliza cantos e canções.

Dinâmica das Sessões

Grupo aberto e não fixo. Atendimentos semanais com duração de 50 minutos.

Recursos Utilizados

• Instrumentos musicais;

• Fitas gravadas;

• CDs;

• Partituras.

Relatos de Pacientes

 
Estréia do grupo CLAP, sendo
prestigiado até na televisão
Momentos descontraídos e
felizes com o grupo CLAP











   “Este é um grupo de mulheres que se reúne por uma situação adversa: nosso encontro se deu pelo câncer de mama. Entretanto, somo mulheres privilegiadas, pois temos a oportunidade de fazer dessa experiência uma fonte de superação, solidariedade, de confraternização e celebração. O trabalho que hoje mostraremos é mais do que cantar é a experiência da superação individual através do grupo, e também, uma experiência de renovação. O trabalho desta equipe (psicóloga, fisioterapeuta, e musicoterapeuta) é uma incansável batalha sempre incentivando, inovando e dando confiança ao grupo. Nenhuma de nós canta e muito menos acreditava que pudesse fazê-lo, no conjunto fomos nos animando, encontrando na música uma forma de expressão amparadas umas pelas outras, com muito esforço para mostrar o melhor de cada uma, aparecendo o que realmente se é...”

Grupo CLAP

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